Piloto Automático

Por vezes agimos em modo de “piloto automático”, quase sem noção consciente do que estamos a fazer, somos “levados”. A vida conduz-nos.

São ações que já fazemos há muito tempo, que adotámos por uma necessidade que, provavelmente já não existe, e decorrem de crenças, e/ou emoções, tão antigas e tão enraizadas, que moram num inconsciente a que não acedemos.

Daí o mal-estar, o conflito entre o que eu conscientemente acho que deveria fazer ou sentir, e o que acabo por fazer involuntariamente.

Quanto mais tempo estamos em modo automático, mais natural nos parece e menos noção temos do seu impacto na nossa vida.

Como quando deixamos de fumar, só nessa altura ganhamos consciência de quão controlados, condicionados, eramos pela necessidade do tabaco. Só conseguimos perceber o efeito da substância, quando deixamos de estar sob a sua influência. É necessária distância.

Quando meditamos é igual, só nos apercebemos do quão agitados andávamos, quando começamos a abrandar, só percebemos quão desligados andávamos, quando nos reconectamos connosco.

É impressionante observar como estamos presos num ciclo do qual não conseguimos sair, e que muitas vezes é alimentado pelo contexto em que vivemos.

Podes ser levada a pensar que a vida é corrida, que há muita coisa a resolver, muitos objetivos, que não se pode viver sem stress, é o ritmo atual, que todos funcionam assim, mas se começares a ser mais consciente dos teus pensamentos, das tuas emoções, das tuas ações, ganharás maior discernimento e maior controlo sobre ti e sobre os resultados que desejas alcançar, seja em que área for – familiar, profissional, nas tuas relações, numa meta pessoal que queiras alcançar.

Descansa, não vais ficar adormecida e inativa, pelo contrário, até é provável que fiques mais ativa e mais produtiva, pois agora és tu que estás no controlo, és tu que diriges os teus passos, o que gera satisfação, motivação e maior serenidade.

Queres mudar? Pára, analisa e sente o que queres mudar, e dá passos nessa direção. E se achares que não o consegues fazer sozinha, não te sintas mal, não há problema nenhum em pedir ajuda. Quando o teu computador se avaria, és tu que o arranjas? Mudar requer distância e por vezes não somos capazes de nos afastar sozinhos.

Com amizade,

Patrícia Alves Pereira